violino e produção musical: Ricardo Herz
violão de 7 cordas: Michi Ruzitschka
bateria/percussão: Pedro Ito
arranjos: Ricardo Herz Trio com pitacos muito bem vindos de Nelson Ayres
flauta baixo na Brisa: Teco Cardoso
percussão na Horizontes: Zé Luis Nascimento
acordeom na Um Xote Apaixonado: Mestrinho
bandolim na Esperançoso: Fábio Peron
coro na Num Pé Só: Rafael Alterio
Ricardo Herz Trio gravado por Daniel Tapia
assistente: Thiago Baggio
estúdio: Gargolândia
Mestrinho e Fábio Peron gravados por Daniel Tapia no Estúdio do Pedro. Zé Luis Nascimento usa percussões LP e bateria Gretsch. Percussões de Zé Luis Nascimento gravadas por Natallino Neto no estúdio de Natallino Neto em Paris
Mixagem: Ricardo Mosca
Masterização: Mauricio Gargel
Produção executiva: Herz Produções
Label services: Flavio de Abreu – Scubidu Music
torcendo a terra
Ricardo Herz – BR-UPM-16-00001
Essa música, que dá nome ao disco, resume bem o espírito do álbum. Inicialmente eu queria compor um jongo, ritmo do interior de São Paulo e pensei em misturar com um “chaabi” ritmo do norte da África (a clave deles se parece). Na verdade mesmo, ela é inspirada nestes ritmos, mas não é nenhum deles – é uma viagem por diversos lugares. O solo do Michi é um pouco puxado para o jazz, ou flamenco, a parte do Pedro é bem africana, tem uma parte meio indiana… Virou uma mistureba… Por esse lado ela é bem brasileira, né? Bora torcer a terra e tirar o que ela tem de bom!
horizontes
Ricardo Herz BR-UPM-16-00007
Continuando com a idéia de misturar influências, ritmos e sabores, de fazer música do mundo, compus a Horizontes. Ela tem um lado árabe/judaico, um lado ocidental, um lado brasileiro. Nesta música contamos com a participação especial deste super percussionista brasileiro que transita por todos os horizontes musicais: o Zé Luis Nascimento. Conheci o Zé quando morava na França (onde ele ainda mora). Pra mim ele é um dos maiores músicos do mundo. Sua visão como arranjador da percussão é super original. Gravamos a música em trio e mandei pra França para o Zé cobrir com as percussões que ele quisesse. Deixei carta branca, por que sei que qualquer coisa que eu dissesse seria menos original do que ele. Valeu Zé!
ladeira da pilha
Ricardo Herz / Michi Ruzitschka BR-UPM-16-00002
Minha primeira parceria com o Michi! A ideia inicial veio de um trecho que eu compus de uma música que gravei no projeto Co-Bra, do pianista Benjamim Taubkin com o grupo coreano Jeong Ga Ak Hoe e Ari Colares. Misturei esse trecho, que era uma espécie de rastapé com um frevo que eu tinha composto, acrescentei mais umas partes e não estava conseguindo muito bem juntar tudo de maneira orgânica. Ensaiando com o Michi, bolamos mais uma parte juntos e estruturamos tudo! O nome vem das ladeiras de Olinda e da rapidez das música!
um xote apaixonado
Ricardo Herz BR-UPM-16-00006
O xote tem que ser gostoso. De dançar e de ouvir. Fazia tempo que eu queria compor um, mas é difícil compor um xote instrumental. Difícil de fazer ele ficar interessante o suficiente para não ter letra e ainda continuar sendo um xote gostoso. No arranjo o trio também pensou nisso: reparem nas levadas do Pedro e do Michi: elas muitas vezes sugerem o xote sem mostrar, ou saímos totalmente, mas nunca perdemos aquela sensação que estamos dançando juntinho com uma parceira suingueira. E pra coroar essa versão, tivemos a participação mais que especial do maior herdeiro dessa música na minha opinião: o Mestrinho. Quando eu fui no forró dele pela primeira vez tive a certeza que o Dominguinhos não tinha nos deixado: ele estava vivíssimo nas mãos e na alma desse grande músico e grande pessoa, que é o Mestrinho. Depois que ele gravou sua participação na música, pedi pra ele fazer uma introdução livre, como ele faz nos forrós dele. Olha que coisa linda que ele fez! Valeu Mestrinho!!!!
num pé só
Ricardo Herz BR-UPM-16-00008
Esta foi a última da leva do “torcendo a terra”. Ela tem influência de várias coisas que venho ouvindo ultimamente: do jazz israelense do baixista Avishai Cohen (nos rifs ritmicos, principalmente), da música bem brasileira e mundial do Vento em Madeira (os contrapontos e melodias) e acho que tem muito a ver com o que a gente tem feito e ouvido com o trio. No “Aqui é o Meu Lá” a gente gravou uma música chamada Saci, que também era em compasso de 5. Resolvi fazer uma continuação, explorando as possibilidades melódicas, contrapontísticas e rítmicas do violino, violão e bateria. Tem momentos em que não se sabe em qual instrumento está a melodia principal. Isto por que não tem principal. Essa foi composta pensando no Pedro e no Michi. No espírito de banda mesmo.
brisa
Ricardo Herz BR-UPM-16-00003
Eu estava com a ideia de compor um maracatu em ritmo ternário. No começo era para ser pesado e ia se chamar “ventaneira” mas aí veio uma musica leve, viajante. Virou a Brisa. Falando em vento, nesta faixa temos a participação especialíssima do grande Teco Cardoso na flauta baixo. Ele entrou na nossa brisa, dividindo o solo com o Pedro Ito. Os solos desta música (violão e depois bateria/flauta baixo) tem este espírito, de te levar na viagem junto, te abraçando, como uma brisa quente.
esperançoso
Ricardo Herz BR-UPM-16-00005
Esse choro lento eu compus pensando nos choros antigos, mais precisamente, no “Vibrações” do Jacó (pra quem conhece esse choro, vai perceber isso principalmente no acompanhamento do violão na segunda parte). Quando estava compondo, desde as primeiras frases, pensei no Fábio Peron tocando comigo. Esse super bandolinista conhece a tradição do choro a fundo. Nasceu nas rodas. Além do choro, ele também conhece a improvisação e composição moderna do jazz e da música instrumental brasileira. Fez uma participação linda! Valeu, Peron! Obrigado também ao Nelson Ayres, pelo toque de fazermos ela bem lenta. Essa foi minha homenagem ao choro antigo e a nova geração de músicos brasileiros, que enchem a gente de esperança!
atlântico
Ernesto Nazareth BR-UPM-16-00004
Pra fechar o disco, essa música do Ernesto Nazareth que é uma delícia de tocar, ouvir e dançar! Eu sempre gosto de mostrar nos meu discos um lado suingado e divertido do violino na música brasileira. Essa é perfeita pra isso! Valeu pessoal! Até a próxima!
torcendo a terra 6:54
horizontes (part: Zé Luiz Nascimento) 7:37
ladeira da pilha 4:55
um xote apaixonado (part: Mestrinho) 7:06
num pé só 8:29
brisa (part: Teco Cardoso) 7:32
esperançoso (part: Fábio Peron)6:11
atlântico 3:35
Agradecimentos
Pedro, Michi, Dani, aos pitacos essenciais do maestro Nelson Ayres, Teco Cardoso, Mestrinho, Fábio Peron, Zé Luis Nascimento, Natallino Neto, Adonias Jr., Mosca, mãe, Jacques Figueiras, Gustavo Anitelli, Scubi, Garga, família, todos os que contribuíram no financiamento coletivo que eu fiz para este disco! Todos que contribuíram com paciência, amor e amizade no processo, que são tantos e tão importantes que eu certamente esqueceria de alguém! Valeu, gente! Esse disco é nosso! Valeu demais!
Oi gente!
Eis aqui o torcendo a terra, o segundo CD que eu gravo com o Ricardo Herz Trio! Formamos o trio, com o Pedro Ito na bateria/percussão e com o Michi Ruzitschka no violão no ano de 2011. Em 2012 lançamos o “Aqui é o meu Lá” e desde então não nos separamos mais! Isso não tem preço: poder tocar minhas músicas com estes grandes músicos e grandes amigos! De lá pra cá muitas águas já rolaram.
Já fizemos 4 turnês pela Europa, rodamos o Brasil, experimentamos músicas novas e tocamos em trio ou convidando músicos. Há algum tempo temos o nosso quarto membro do trio: o Daniel Tapia, o áudio musicista e que fez a captação deste disco.
Tudo foi muito enriquecedor. Neste meio tempo, lancei também dois CDs em duo, com o Antonio Loureiro (vibrafone) e com o Samuca do Acordeon, além de participar de outros projetos como o Co-Bra, uma colaboração entre Brasil e Coréia, convidado pelo pianista e produtor Benjamim Taubkin. Como músicos, cada projeto que participamos, shows gravações e turnês que fazemos ajudam a ampliar nosso repertório de ideias para novas composições e arranjos. Esse disco é o resultado desse trabalho que eu venho fazendo.
O nome do disco – torcendo a terra – é escrito de propósito em letra minúscula por que, assim como o “Aqui é o meu lá”, é feito de composições cuja inspiração vem tanto de diversas partes do planeta como do chão em que estamos e pisamos. Algumas músicas são claramente brasileiras, outras tem influência diversas, como árabe, africana, jazz europeu… mas todas tem esses dois lados: O lado viajante e o lado roots. E o nosso trio gosta de torcer a terra e a Terra.
Neste disco contamos também com a luxuosa e generosa colaboração do querido maestro Nelson Ayres, que ouviu as nossas pré gravações e deu valorosos pitacos nos arranjos, andamentos, detalhes finais, além de acompanhar as gravações dos convidados Mestrinho e Fábio Peron! Valeu muito, Nelson!
Por falar em convidados, tenho muita sorte de ter tido super músicos que colaboraram com a gente neste disco! Os grandes Teco Cardos, Mestrinho, Fábio Peron e Zé Luis Nascimento! Valeu muito também, pessoal!!
Pra completar o time, quem fez a mix e master foram outros grandes audio musicistas, o Ricardo Mosca, na mixagem e o Maurício Gargel na masterização. O projeto gráfico é assinado pelo amigo e multi artista, Marcelo Castilha, que está neste projeto desde o começo.
Enfim! Estou muito feliz!! Tudo foi feito com o maior carinho, dedicação e vontade de fazer música com o coração e com a alma.
Valeu muito a todos que participaram!!! Um super agradecimento também aos que participaram do Catarse (financiamento coletivo) e que ajudaram de diversas outras formas!! Fizemos esse disco juntos, pessoal!!!
Um grande abraço musical!!
Ricardo Herz